Programa Pesquisa Ecológica de Longa Duração aprova dois projetos paraibanos

Por Márcia Dementshuk
Colaboradora

Duas propostas serão desenvolvidas no Estado, uma de comunicação pública para o PELD e outra ambiental, do Rio Paraíba | Foto: Mano de Carvalho

João Pessoa  -PB. Dois projetos de pesquisadores da Paraíba foram aprovados no Programa Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), um projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) que apoia pesquisas científicas que necessitam de um período longo de coleta de dados e análises para entender o funcionamento dos ecossistemas. As propostas envolvem um número grande de pesquisadores e de instituições.

O edital PELD foi lançado pela primeira vez pelo em 1999 e propõe a formação de sítios de pesquisas em diferentes biomas brasileiros, locais delimitados que serão investigados durante quatro anos, tempo da duração do programa. A cada quatro anos o edital é relançado com a chance de manter a pesquisa em sítios antigos e abrir espaço para novas localidades. O edital atual apresentou os resultados preliminares.

Uma das propostas aprovadas preliminarmente, tanto no mérito técnico científico quanto em limites orçamentários, é da área de comunicação pública da ciência: “Estratégia Multidimensional de Comunicação Pública para o Programa PELD”. É coordenada pela doutora Alessandra Gomes Brandão, professora e coordenadora adjunta da Licenciatura em Física, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Serão financiados R$ 200.000 em custeio e bolsas, durante todo o período.

“Foi a primeira vez, desde que eu tenho conhecimento, que um programa do CNPq abriu um edital dedicado à Comunicação. A divulgação científica é essencial e a academia forma especialistas em Comunicação. Pesquisadores de outras áreas não costumam ter afinidade com planos de Comunicação”, argumentou José Etham de Lucena Barbosa, professor da UEPB que já coordenou um projeto de pesquisa do PELD na Paraíba e apresentou a segunda proposta paraibana recomendada pelo CNPq.

O projeto de comunicação irá reunir e disseminar informações sobre todos os sítios PELDs do Brasil. Atualmente, existem 34 sítios vigentes nas cinco regiões do Brasil e na costa marinha brasileira, que são apoiados pelo PELD. Esse número poderá alterar a partir do edital deste ano. Além da plataforma digital onde as diversas ações de comunicação serão integradas, a proposta apresenta uma plataforma que fará o acompanhamento das ações dos sítios PELD de acordo com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

As propostas aprovadas podem ser cofinanciadas pelas Fundações Estaduais de Amparo a Pesquisa (FAPs) de cada Estado, com até R$ 200.000 por proposta de sítio PELD, se tiverem a aprovação por mérito técnico científico. Nesse âmbito, a segunda proposta vinda da Paraíba contará com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).

O Projeto Rio Paraíba Integrado, com a coordenação do professor da UEPB doutor José Etham, também coordenador o Laboratório de Ecologia Aquática (LEAq), tendo a professora doutora Joseline Molozzi, da UEPB, na vice-coordenação, propõe estudos relacionados à Bacia do Rio Paraíba, visando o recebimento das águas do Rio São Francisco, as mudanças climáticas e a integração de pesquisas com foco na sustentabilidade socioambiental e econômica.

O PELD é um programa de relevância no meio científico, não só no Brasil, mas com repercussão no exterior. “Uma vez que este projeto obteve o mérito técnico científico pelo CNPq, a Fapesq irá direcionar esforços para a execução deste trabalho de suma importância para a Paraíba. Estamos muito satisfeitos com a aprovação de ambos os projetos neste edital importantíssimo, que tem uma dimensão internacional”, ressalta Roberto Germano, presidente da Fapesq.

Seguindo as diretrizes e atribuições da Fapesq, a equipe técnica se empenhou em auxiliar os pesquisadores na elaboração das propostas, além de efetivar a articulação das instituições de pesquisa no Estado.

As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 15 milhões sendo R$ 14 milhões oriundos do orçamento do CNPq e R$ 1 milhão oriundo do orçamento do MCTI.

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