Plataforma desenvolvida no Vale do Jaguaribe auxilia cultivo urbano de plantas

A rosa-de-pedra (Echeveria elegans) é uma das espécies já pesquisadas pelo grupo

Jaguaribe – CE. Você gosta de plantas, mas tem dificuldade de mantê-las em sua casa? Já matou alguma por excesso ou falta de água? Mas não desiste de manter um pouco de clorofila para trazer vida e frescor ao seu lar? Pois saiba que deverá contar, em breve, com uma ajudinha tecnológica que surgiu no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) no Campus Jaguaribe.

O projeto nasceu no início de 2019, com a ideia de construir uma estação meteorológica de médio porte, para ser utilizada no contexto da agricultura familiar. Mas o foco foi modificado, ao longo dos meses, até chegar ao contexto da jardinagem urbana, por meio do “Cultive em Casa”.

A plataforma é composta por um aplicativo (software) e um dispositivo físico (hardware). O dispositivo físico contém sensores de baixo custo que coletam informações como umidade do solo, temperatura do ambiente e radiação solar.

A orelha-de-coelho (Opuntia microdasys) também faz parte das pesquisas

Baseado nessas informações, o aplicativo notifica o usuário sobre a quantidade de água que deve ser utilizada na rega da planta e os horários mais adequados para fazê-la. Adicionalmente, baseado no tipo de planta que está sendo acompanhada, informa como o usuário deve proceder com relação à quantidade de sol que a planta deve receber.

O aplicativo está em fase final de desenvolvimento. A plataforma ainda é um protótipo. “Estamos também em fase de montar e atualizar nosso banco de dados a respeito dos tipos plantas que vamos conseguir acompanhar. Acreditamos que estará disponível em abril deste ano”, explica o pesquisador Luís Gustavo Coutinho do Rêgo, que é bacharel em Computação, mestre em Ciência da Computação e doutorando em Ciência da Computação, pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Alguns dos erros identificados como os mais comuns em pessoas que cultivam plantas domésticas são a falta ou excesso de rega da planta, já que a quantidade de água a ser utilizada varia, e o esquecimento de realizar a rega é comum. Ambos os erros acarretam na morte da planta.

A orelha-de-gato (Kalanchoe tomentosa) é outra espécie trabalhada

O próximo passo, que já está em andamento, é a construção de um sensor que vai medir a saúde da planta por meio da sua coloração (quantidade de clorofila).

“Já tivemos um artigo aceito para publicação no evento Computer on the Beach 2020 falando sobre o projeto. Os alunos que estão desenvolvendo o projeto também montaram uma equipe e estão na última fase do programa Corredores Digitais do Governo do Estado do Ceará“, conta o professor, que atualmente ministra as disciplinas “Programação Web”, “Programação Orientada a Objetos” e “Estruturas de Dados”, no IFCE – Campus Jaguaribe.

“Os alunos de graduação do IFCE – Campus Jaguaribe que estão participando do projeto são: Davi Nunes, desenvolvedor, graduando em Tecnologia em Redes de Computadores; Naelia Aquino, desenvolvedora, graduanda em Tecnologia em Redes de Computadores; e Pedro Vieira, designer, graduando em Tecnologia em Redes de Computadores. Ainda contamos com a participação da bióloga Walleska Diógenes, egressa do IFCE campus Jaguaribe”, informa. Eles fazem parte de um grupo de pesquisa no Campus Jaguaribe do IFCE chamado BIOTEC.

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