Por Alice Sales
Colaboradora
A conversa trará como tema a trajetória da brasileira que ganhou prêmio na Organização das Nações Unidas (ONU) com projeto para garantir água potável no Semiárido
Fortaleza (CE) / Salvador (BA). A Agência Eco Nordeste dará continuidade à sequência de conversas transmitidas via Instagram, com a baiana Anna Luísa Beserra, biotecnologista e CEO da Safe Drinking Water For All (SDW), numa tradução livre, “água de beber segura para todos”. A conversa trará como tema a trajetória da brasileira que ganhou prêmio na Organização das Nações Unidas (ONU) por projeto que garante água tratada para Semiárido e contará com a apresentação da jornalista e editora geral da Agência Eco Nordeste, Maristela Crispim. A transmissão será realizada pelo Instagram da Eco Nordeste (@agenciaeconordeste) e pelo perfil da cientista (@annaluisabeserra), nesta quarta-feira (8), às 16 horas.
Anna Luísa Beserra
Aos 15 anos, Anna Luísa começou a desenvolver uma tecnologia para tratar água de zonas rurais usando luz do sol, o Aqualuz, conhecido também como a única tecnologia no mundo usada para tratar água de cisterna usando a luz solar. Além do Aqualuz, a biotecnologista desenvolveu outras duas tecnologias no seu portfólio, uma delas para prevenção do coronavírus.
Com apenas 17 anos a jovem cientista fundou a startup Safe Drinking Water For All (SDW) para desenvolver tecnologias que tornassem o acesso à água e saneamento um direito universal. Aos 18 anos foi a brasileira mais jovem formada em Lideranças de Novos Empreendimentos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Graduada em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ela é atualmente a única brasileira premiada pelos Jovens Campeões da Terra, principal premiação da ONU para jovens. Hoje, aos 22 anos, está entre os “20 jovens inspiradores nos seus 20” pela McKinsey & Company (2019), além de ser primeira brasileira finalista do prêmio mundial Green Tech Award.
Aqualuz
A tecnologia premiada de Anna Luísa, o Aqualuz, funciona como uma caixa de inox cuja tampa é uma placa de vidro. Dentro existe um filtro que no projeto original, era feito da fibra da planta sisal. É por meio desse filtro que os resíduos sólidos são separados da água.
O dispositivo fica acoplado na bomba da cisterna, assim a água sai do reservatório e vai por meio de uma mangueira de encanamento para dentro do Aqualuz. Lá a água fica exposta ao sol até ficar pronta, quando um adesivo colado na tampa muda de cor para indicar que a água está própria para o consumo. A tecnologia premiada pela ONU dura cerca de 20 anos apenas com limpeza de água e sabão, sem precisar de manutenção externa ou energia elétrica.
Tecnologia premiada de Anna Luísa, o Aqualuz é composto por uma caixa de inox cuja tampa é uma placa de vidro
A primeira instalação do Aqualuz foi no município de Valente (BA). Desde então, 107 casas dos estados da Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte receberam a tecnologia.
Para chegar à atual versão do dispositivo, a pesquisadora desenvolveu outros dez protótipos. A confirmação de que o modelo mais recente era efetivo veio por meio de análise em um laboratório certificado, que utiliza padrões estipulados pelo Ministério da Saúde. O resultado comprovou que o atual Aqualuz consegue acabar com 99,9% das bactérias presentes na água.
Maristela Crispim
A conversa com Anna Luísa Bezerra será conduzida pela jornalista e editora geral da Agência Eco Nordeste, Maristela Crispim. Graduada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema)/UFC, com um vasto currículo na área ambiental a comunicadora conquistou 45 premiações jornalísticas locais, nacionais e internacionais, sendo considerada, em 2014, a jornalista mais premiada do Nordeste, pelo Ranking J&Cia.
Na bagagem traz, ainda, 24 anos de atuação como repórter, redatora, editora, colunista e blogueira do jornal Diário do Nordeste, além de ser professora de Comunicação Ambiental na Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor).
Coordenou, em 2019, a primeira Virada Sustentável na cidade de Fortaleza, evento que realizou 194 ações de Cultura e Sustentabilidade, sob o eixo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 28 locais de Fortaleza.
Serviço
O quê: Conversa a jovem baiana que ganhou prêmio na ONU por tecnologia sustentável para tratar a água no semiárido
Quando: 8 de julho de 2020 – 16h
Onde: Instagram – @agenciaeconordeste / @annaluisabeserra
