Reciclagem avançou no Nordeste, mas ainda tem muito caminho a percorrer

O Estado do Ceará percorreu um longo caminho em dez anos, tempo de existência da Exporecicla – Logística Reserva e Sustentabilidade, em busca da destinação correta para seus resíduos. Foi desenvolvido, a partir da feira, um programa de Educação Ambiental nas escolas que trata não apenas de Logística Reversa, mas também de Eficiência Energética, Reúso de Água, alimentação saudável, reflorestamento, entre outras temáticas relacionadas à Sustentabilidade.

Marcos Albuquerque (Sindiverde) destacou a importância do trabalho de Educação Ambiental desenvolvido a partir da Exporecicla | Foto: Eduardo Queiroz

Contudo, o Estado destina à reciclagem ou reaproveitamento apenas 18% dos resíduos gerados. São 25 mil toneladas mensais. As informações são de Marcos Albuquerque, diretor e ex-presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde).

Falando de Nordeste, para André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), após 2010, quando foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), houve um avanço na gestão, mas reconhece que ainda estamos muito distantes do ideal em relação à participação de prefeituras, fechamento de lixões e envolvimento de catadores.

André Vilhena (Cempre) falou sobre os avanços a partir a da PNRS e que ainda há desafios a serem vencidos | Foto: Eduardo Queiroz

Vilhena acredita que há muito a evoluir na gestão compartilhada, no modelo de coleta e participação da população para dar uma resposta à expectativa existente na área. Em relação à Logística Reversa, ele informa que o problema seja menor perto das capitais. Pois ainda há alguns gargalos relacionados a materiais como o vidro para transporte em longas distâncias.

Caminhos trilhados

A Exporecicla reuniu, entre os dias 13 e 15 de junho, dezenas de expositores, entre recicladores, reutilizadores, prestadores de serviços, fornecedores de equipamentos e artistas para mostrar um pouco do que já é feito e o que se pode fazer na área da Logística Reversa na Região.

Uma das expositoras, a artista plástica Socorro Silveira levou o mobiliário da sua empresa, ecoss, feito com papelão reciclado e conjuntos de obras de arte, como “As Três Moedas de Brumadinho”, onde destaca o “Descaso”, o “Desespero” e a “Dor”; e a trilogia “Vaqueiros”, “Carnaúbas”, “Santa Ceia”; todas feitas com reúso de materiais.

A Santa Luzia, que começou em Santa Catarina, já trouxe para o Ceará uma tecnologia inovadora de reciclagem de isopor. Começou fabricando e porta-retratos e hoje cobre uma gama de produtos que vão desde roda-pés e roda-tetos, até revestimentos com ampla inserção neste mercado. São recicladas 500 toneladas mensais, o que equivale a mil carretas de isopor, já que o peso do material é insignificante.

Presente no Estado também, a Parpla – Soluções Sustentáveis recicla uma embalagem que até uns anos atrás era vista como problema: a Tetra Pak. Com 1.500 caixas é possível produzir uma telha que substitui a que é feita pelo temido amianto, produto comprovadamente cancerígeno e banido de diversos países, inclusive o nosso, até agora, pelo menos.

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