Aquilo que você costumava ver (se enxergava) como algo global e distante, pode ir se incorporando à sua rotina como o novo normal. Sério que a seca nos rios amazônicos em 2023 e a tragédia (anunciada) no Rio Grande do Sul neste 2024 não te convenceram? O caso é grave, então.
Se as imagens aéreas dos rios amazônicos completamente secos no ano passado não te convenceram de que é real e está entre nós, te proponho desacelerar a vida e refletir sobre o que está acontecendo neste exato momento.
A rigor, o momento é de se preocupar com o que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul, exercitar a empatia, procurar ajudar como puder, acompanhar o que está por vir de perto ou a distância e cobrar as responsabilidades das autoridades.
Mas o que vem depois? Parte da população do Rio Grande do Sul não poderá voltar para as suas casas nunca mais. É uma leva de migrantes climáticos de um Estado que tem sido majoritariamente negacionista climático, e isso é só o começo.
Se você se achou dentro de uma ficção cinematográfica na pandemia, mal saímos dela e já entramos noutra. E esta não tem um horizonte para acabar, muito pelo contrário. Como acabei de escrever, é só o começo.
Há alguns anos a esmagadora maioria da comunidade científica vem alertando que, com o aquecimento global ocasionado pelas nossas emissões de Gases de Efeito Estufa, a tendência é de intensificação de fenômenos atmosféricos extremos.
Continua sem acreditar? Pois tome essa: a sua cidade, o seu bairro, por mais privilegiado que seja, não está imune. Sua cidade está preparada para uma chuva torrencial de dias? O seu Estado consegue enfrentar anos de chuvas escassas seguidos? Se você mora à beira-mar, só digo uma coisa: o nível do mar já começou a subir.
O momento é crítico, para mim, para você e para qualquer pessoa que habita este Planeta. Só não vê quem não quer enxergar.