Ser mulher no século 21

duas mãos femininas, uma negra e uma branca, unidas pelos dedos mindinhos comum fundo neutro e desfocado

Para este dia com tanto simbolismo e importância, a resistência e a sororidade com todas as mulheres, de fato e de direito, é o grande trunfo para enfrentarmos o que muito ainda nos espera nessa árdua caminhada | Foto: Womanizer Toys (Unsplash)

Por Yara Peres
Colaboradora

Amigas, hoje é o Dia Internacional da Mulher. Mas o que isso quer dizer?

Receber flores, declarações de amor, afeto… Tudo isso é louvável e necessário. Mas queremos muito mais. Aliás, mais não. Queremos o mínimo: o respeito e a igualdade. E quando falamos de igualdade pensamos em uma caminhada de mãos dadas, onde estar ao lado é o verdadeiro sinônimo de parceria. Porque de mãos dadas vamos muito mais longe. Isso é válido para todas as relações, independentemente do gênero. Porque todas importam.

Desde o século passado, quando foi idealizado o dia 8 de março, até os dias de hoje, o que acompanhamos é uma inércia nos avanços pela igualdade de gênero e cumprimento dos direitos básicos universais para as mulheres. Até nossa independência, que foi assinada por uma mulher, a princesa Leopoldina, passou despercebida pelos livros de história, que deixaram o mérito com um homem, o então imperador, D. Pedro I. É sobre isso que falamos.

É imoral, ilegal e insalubre conviver com a injustiça e a violência em que agressores ganham “seguidores” por feitos machistas. Casos crescentes de feminicídio, misoginia e sexismo permeiam as manchetes de telejornais e isso só não é pior do que a atitude de muitos em achar tal feito “normal”. Não é e nunca será! Parem. Apenas parem de banalizar esses crimes.

Amigas, ser mulher no século 21 não está fácil. Quem falou que seria? Em mais de 100 anos pouca coisa mudou e percebemos nesta contemporaneidade um retrocesso social latente, com atitudes absurdas com aquelas que nos dão a vida. E algo que muito me entristece é o fato de mulheres serem contra mulheres. E a sororidade?

Pergunte-se por quantas mulheres você torce, por quantas não tem simpatia, mas apoia suas escolhas? A mudança é possível e começa por nós mesmas. Não em banda larga, como gostaríamos, mas ela está viva e chama-se: resistência.

Resistir é ter autonomia sobre o seu corpo, sua vida e seus propósitos. É não permitir a imposição de uma sociedade sobre seus sonhos e objetivos. No Nordeste, onde a maioria das mulheres são chefes de suas famílias, o empreendedorismo bate à porta muito cedo fazendo com que muitas deixem de lado seus projetos pessoais para continuar mantendo-se vivas, alimentadas, estudando (quando dá)… Sobrevivendo. Isso é resistir, sem desistir.

E nessa região castigada pelas mudanças climáticas e pelas ações humanas, onde muitas mulheres buscam encontrar aquela força inerente dentro de cada uma é que devemos estar atentas umas com as outras, aos sinais, para deixarmos essa força emergir e ser fortalecida. Isso se dá por meio de uma chamada de vídeo, uma mensagem em grupos de conversa, uma notícia ou até mesmo um simples texto como este.

Para este dia de tanto simbolismo e importância, a resistência e a sororidade com todas as mulheres, de fato e de direito, é o grande trunfo para enfrentarmos o que muito ainda nos espera nessa árdua caminhada. Pronta para enfrentar as grandes batalhas? Quem vem comigo?

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