Por Evelyn Ferreira
Colaboradora
Um banquete em frente ao restaurante popular da Parangaba chamou a atenção de quem passava pelo local na manhã desta quarta-feira (27). Os pratos foram postos à mesa vazios em sinal de protesto à extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que foi extinto no dia 2 de janeiro por meio da Medida Provisória 870/2019.
Sem o Consea, “vai ficar cada vez mais difícil o alimento, principalmente para as pessoas mais vulneráveis”, destacou a presidente do Consea no Ceará, Malvinier Macedo.
O ato fez parte de uma mobilização nacional batizada de ‘Banquetaço‘, realizado em 17 estados e no Distrito Federal, e pede a manutenção do órgão de Segurança Alimentar. No Ceará, além da manifestação na Parangaba, foram registrados atos no bairro Parquelândia, na Capital, e em cidades do Interior, como Sobral e Juazeiro do Norte.
Para Marlene Ávila, professora do curso de Nutrição da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o fim do Consea “significa uma ruptura com o sistema de segurança alimentar e nutricional, que é um sistema que tem por objetivo garantir o direito humano à alimentação adequada”.
Naila Saskia de Melo, integrante do grupo de pesquisa em política de segurança alimentar da Universidade Estadual do Ceará, lembra que o Consea era composto por membros da sociedade civil e do poder público para a construção de políticas que tinham como objetivo garantir o acesso à alimentação de qualidade para a maior parte das pessoas, possibilitando a criação de programas como o Bolsa Família e Assistência Técnica de Extensão Rural para agricultores familiares, além da construção de equipamentos como o restaurante popular da Parangaba.
Professores, estudantes, representantes de movimentos sociais e ONGs participaram da ação e alertaram a população sobre a importância da manutenção do Conselho.