Remígio – PB. A metodologia “O Algodão Agroecológico Gerando Renda e Conhecimento no Curimataú Paraibano” foi a grande vencedora do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social de 2019, na premiação especial Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico.
A tecnologia foi representada pela Associação de Apoio a Políticas de Melhoria da Qualidade de Vida, Meio Ambiente e Verticalização da Produção Familiar (Arribaçã), entidade que desde 2006 incentiva e assessora os agricultores familiares no plantio do algodão agroecológico, seguindo critérios como cuidado com a saúde do produtor e do solo, proteção da biodiversidade, valorização das sementes tradicionais e respeito aos limites da natureza e as relações humanas.
Em 2013, foi criado o Organismo Participativo de Aceitação e Conformidade (Opac), denominado por Rede Borborema de Agroecologia, responsável por certificar e comercializar os produtos. Atualmente a rede possui cinco grupos de produção em assentamentos dos municípios paraibanos de Remígio, Prata e Amparo, com 34 produtores com certificação orgânica.
A agricultora familiar Suzana Cordeiro de Aguiar, 24, moradora do assentamento Queimadas, distrito de Remígio (PB), é uma das associadas com a certificação. Filha de produtores rurais, ela explica que os pais foram sua grande inspiração para seguir no trabalho no campo. “A trajetória de luta deles me fez querer continuar. Desde 2006 eles produzem algodão consorciado com feijão e milho. E é essa forma de plantio vem nos salvando, porque moramos em uma terra que sofre com a estiagem, e o algodão é muito resistente e se adapta muito bem à nossa região”, afirmou.
Izabel Cristina da Silva Santos, uma das responsáveis pela tecnologia, participou, em Brasília, da cerimônia de premiação. “A repercussão do prêmio está sendo grande em todo o estado da Paraíba. Enquanto éramos anunciados vencedores em Brasília, todos estavam aqui festejando. A felicidade aqui é geral”, declarou.
Por ser primeira colocada, a iniciativa recebeu R$ 50 mil, destinados à expansão, aperfeiçoamento ou reaplicação da tecnologia social. Outras duas tecnologias sociais também foram premiadas nesta modalidade. Em segundo lugar, a Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural de Tauá (CE), recebeu R$ 30 mil pela metodologia “Algodão Agroecológico no Fortalecimento da Agricultura Familiar e Associativismo“. O terceiro lugar ficou para a Cooperativa Central Justa Trama, de Porto Alegre (RS), que recebeu R$ 20 mil pela tecnologia “A trama do algodão que transforma“.
A premiação deste ano teve a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços, além da cooperação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).