Banco do Nordeste anuncia R$ 50 milhões para a Caatinga

Fotografia mostra três pessoas sentadas em cadeiras no palco de um auditório, participando de um painel de debates diante de uma plateia. À esquerda, uma mulher de tranças longas usa blusa amarela e saia estampada colorida; ao centro, uma mulher de cabelos escuros e curtos veste um vestido laranja; à direita, um homem de terno azul e camisa clara fala ao microfone, gesticulando com a mão. Ao fundo, há uma imagem de floresta tropical e um painel com logotipos institucionais. O público aparece de costas
O anúncio foi feito pelo diretor de Planejamento do Banco, Aldemir Freire, durante o painel “Floresta Seca do Brasil e seu potencial para sequestro de carbono” | Foto: Fernando Cavalcante

Belém (PA). O Banco do Nordeste (BNB) anunciou, nesta terça-feira (11) durante a COP30, em Belém (PA), a destinação de R$ 50 milhões em recursos não reembolsáveis para o financiamento de projetos voltados à preservação e recuperação da Caatinga nos próximos cinco anos. O anúncio foi feito pelo diretor de Planejamento do Banco, Aldemir Freire, durante o painel “Floresta Seca do Brasil e seu potencial para sequestro de carbono”.

Aldemir adiantou que, além de lançar este novo recurso destinado à preservação e recuperação da Caatinga, ele está na COP30 em busca de parceiros para ampliar este montante, que deve receber em breve novos aportes de outras instituições financeiras.

O diretor destacou que o apoio do Banco à Caatinga foi ampliado nos últimos anos, em função do reconhecimento da importância social e ambiental do bioma, o único exclusivamente brasileiro.

“A Caatinga é uma das florestas secas mais ricas do Planeta e desempenha papel essencial na regulação climática e na manutenção da biodiversidade do Semiárido. O Banco do Nordeste tem intensificado seu apoio à recuperação e ao uso sustentável desse bioma, integrando a agenda ambiental à sua estratégia de desenvolvimento regional”, afirmou.

O novo aporte se soma a duas importantes iniciativas recentes de subvenção econômica lançadas pelo Banco: o Edital BNB Nº 01/2025, do Fundo Sustentabilidade BNB, e o Edital Nº 25/2024 – Floresta Viva/Caatinga Viva, desenvolvido em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

A imagem mostra um homem de meia-idade, de cabelos castanhos e lisos, usando óculos, paletó azul-marinho e camisa azul-clara, com um crachá pendurado no pescoço. Ele está em pé, de frente para a câmera, sorrindo levemente. Ao fundo, há uma ilustração colorida de uma paisagem urbana, com edifícios, árvores e detalhes em amarelo e verde, sugerindo um ambiente moderno e sustentável.
Aldemir Freire disse que busca, na COP30, parceiros para ampliar o montante, que deve receber em breve novos aportes de outras instituições financeiras | Foto: Isabelli Fernandes

Pelo Edital 01/2025, o Banco destinou R$ 15 milhões a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos com projetos de recuperação ambiental e uso sustentável do bioma Caatinga. A primeira etapa de análise já foi concluída, com 69 projetos classificados que avançam para a fase de seleção final, prevista para novembro de 2025.

Já o Edital Floresta Viva/Caatinga Viva selecionou 11 projetos, com R$ 26,17 milhões em recursos e previsão de restauração de 1.632 hectares em áreas estratégicas da Caatinga. Os recursos encontram-se atualmente em fase de desembolso para início das execuções.

Somadas, essas duas chamadas públicas representam R$ 41,17 milhões já destinados à recuperação do bioma, valor que será ampliado com os R$ 50 milhões adicionais anunciados na COP30, o que consolida BNB como o principal agente financeiro voltado à sustentabilidade do Semiárido brasileiro.

Importância da Caatinga

A Caatinga ocupa cerca de 10% do território nacional, abrange nove estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais. É o bioma mais povoado do País, com aproximadamente 28 milhões de pessoas, e uma das regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas. Possui alta biodiversidade, com milhares de espécies endêmicas de fauna e flora adaptadas à escassez de água periódica.

A pesquisadora Sabrina Oliveira, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), uma das palestrantes do painel, o bioma tem grande potencial de sequestro e retenção de carbono: “cerca de 45% do carbono que a Caatinga retira da atmosfera, retém em sua estrutura, isso é superior a outro biomas, como o da Amazônia, que gira em torno de 35%”, destacou. No entanto, enfrenta taxas de desmatamento significativas, com estimativas que apontam para quase 50% de sua cobertura vegetal já alterada por atividades humanas.

As jornalistas Maristela Crispim e Isabelli Fernandes viajaram a Belém para a cobertura da COP30 com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e estão hospedadas na Casa do Jornalismo Socioambiental, uma iniciativa que reúne profissionais e veículos brasileiros especialistas de todo o País para ampliar abordagens e vozes sobre a Amazônia, clima e meio ambiente.

Quer a apoiar a Eco Nordeste?

Seja um apoiador mensal ou assine nossa newsletter abaixo: