Instituições realizam reflorestamento de área queimada no Sítio Fundão

O IFCE Crato conduzirá pesquisa sobre métodos para recuperar mata

Instituições do Cariri cearense uniram-se para realizar uma série de ações de recuperação da área do Parque Estadual Sítio Fundão, no Crato, que foi afetada por um incêndio, em novembro de 2018. O planejamento é reflorestar o Parque por meio de plantio de mudas de espécies nativas e frutíferas e o uso de bombas de semente (pequenas bolas com húmus, argila e sementes), além de acompanhar o reflorestamento natural.

No incêndio, estima-se que tenham sido afetados mais de cinco hectares do Parque, uma área de 53.500 m2. Jorge Macedo, gestor em exercício da Unidade de Conservação (UC), esclarece que o processo de recuperação leva diversos fatores em consideração: “As áreas serão recuperadas a partir de processos que garantam o desenvolvimento da cobertura vegetal adaptada ao ambiente, associando essa restauração à preservação dos recursos hídricos, à paisagem, à biodiversidade, à produção do solo e à fauna e à flora”.

Em parte do terreno atingido pelo fogo, o campus de Crato do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) conduzirá uma pesquisa sobre os principais métodos de reflorestamento. “Em dois anos, a gente planeja dar a resposta à comunidade de como se deu a recuperação da área”, explica o coordenador da pesquisa, o professor Gauberto Barros. Uma turma de estudantes participa das ações de reflorestamento.Realizada no sábado (16), a ação mais recente foi o plantio de mudas.

O IFCE acompanhará a evolução de uma área de 45×60 metros, que foi dividida em plantio de mudas, bombas de semente e reflorestamento natural. Segundo Barros, a própria natureza já está se encarregando de recuperar a devastação causada pelo fogo: “A gente está muito otimista, visto que logo após o incêndio ocorreram algumas chuvas na região que facilitaram muito a germinação de sementes e a recuperação de árvores que sofreram danos. Observando hoje, notamos uma recuperação natural bastante expressiva. É a resiliência da natureza, a tentativa de voltar ao estado normal”.

Jorge Macedo explica que, para evitar novos incêndios, o monitoramento do Parque será ampliado, principalmente no período mais seco. Os visitantes também serão orientados sobre comportamentos que devem ser evitados no local.

Além do campus de Crato do IFCE e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), responsável pelo Parque, participam das ações de reflorestamento os funcionários do Sítio Fundão, a Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (SAAEC), a União Protetora dos Animais e do Meio Ambiente (Upama), um grupo de escoteiros, integrantes do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Previna) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Territorial, que doou as mudas plantadas na área.

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