Fotos: EDUARDO CUNHA

A luta de fecheiros contra grileiros

Os fecheiros são homens das comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto. São pequenos criadores de gado que em alguns períodos do ano levam seus animais para as pastagens naturais do bioma

De forma secular, os fecheiros constroem ranchos nas áreas coletivas de Cerrado usadas para a solta do gado.

Essas estruturas servem de apoio para permanecerem nas áreas por alguns dias no ano

Nestes dias de trabalho, a alimentação é preparada de forma bem rústica, em fogo de chão. No mutirão acompanhado pela Eco Nordeste, o cardápio do almoço foi arroz, feijoada, farinha e rapadura

Desde a década de 1980, as comunidades tradicionais no oeste da Bahia sofrem com o desmatamento e a grilagem de terras com o avanço do agronegócio nesta região que compõe o Matopiba

Gelson Neves é fecheiro em Correntina (BA) e foi atingido por disparos de arma durante a construção de outro  rancho, em 2023, quando o grupo foi ameaçado por grileiros

Gelson foi atingido na barriga e outros dois companheiros foram atingidos na clavícula, no braço e na costela. O caso é investigado na justiça

Alecsandro de Jesus foi atingido no braço e na costela. Após o atentado, a polícia encontrou armas e munições nas fazendas suspeitas de grilagem 

Mesmo após o atentado e com ameaças, os fecheiros seguem participando dos mutirões

A resistência e luta por seus territórios tradicionais se manifestam na força e dedicação à construção dos ranchos  

Além da perda de áreas  para a solta do gado, a preocupação é com o desmatamento e a destruição das nascentes e veredas no Cerrado, das quais as comunidades tradicionais também necessitam 

Em outro episódio de conflito com os grileiros, um buriti também foi alvejado e hoje “sangra” nas cicatrizes deixadas 

As comunidades tradicionais do Cerrado tentam proteger o bioma, que tem os maiores índices de desmatamento na região do Matopiba. Agropecuária é a principal responsável 

Confira a reportagem completa sobre a luta dos fecheiros para proteger seus territórios tradicionais

Flávia P. Gurgel Design Camila Aguiar Roteiro Verônica Falcão Produção Maristela Crispim Supervisão

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