FOTOS: ALICE SALES
O desenvolvimento da Bacia do São Francisco está intimamente ligado às suas belas paisagens naturais e ao seu enorme potencial de geração de energia
Contudo, o Velho Chico acumula inúmeros problemas ambientais, como desmatamento, especulação imobiliária, turismo insustentável, despejo de esgotos, agroquímicos e variações de vazão
É necessário que a sociedade perceba o conjunto de aspectos que envolve o rio e as relações com a sua vida, a sua economia, o seu emprego, o seu futuro e os caminhos para conservá-lo
Conheça algumas iniciativas que fazem a diferença para a preservação do rio e podem ser exemplos a serem seguidos:
A partir de Delmiro Gouveia (AL), há um grupo que está revolucionando ações de conservação da Caatinga com a recente criação da Associação dos Produtores de Crédito de Carbono Social do Bioma Caatinga
A iniciativa une pessoas que têm propriedades rurais com vegetação nativa em um projeto único para geração de crédito de carbono, que gera renda e conserva a Caatinga que envolve o rio
“É uma forma de beneficiar quem cuida da natureza. Não podemos dizer apenas ‘cuide da natureza’ ao proprietário que tem naquele carvão o sustento da família”,
reflete a participante Roberta Jansen
Outra iniciativa é a Expedição Científica do Baixo São Francisco que mobiliza ativistas e pesquisadores, atrai projetos, levanta dados e apresenta soluções, com a participação de 20 instituições
A Expedição percorre em 12 dias dez municípios por 240 km do Baixo São Francisco, desde o Xingu até a Foz. O trabalho une 35 linhas de pesquisa, nas mais diversas áreas
O projeto Orla Nossa, em Petrolina (PE), é mais um exemplo de cuidado com o Velho Chico, que desde 2017 recupera uma área degradada, por onde descia esgoto para o São Francisco
Já foi feito o manejo das plantas aquáticas com a retirada de 70%; e replantadas 7 mil árvores nativas com sistema de irrigação. Já foram solucionados 70% dos pontos de esgoto que caiam no rio
250 mil alevinos da espécie piau verdadeiro e pacumã foram liberados nas águas. A ação é liderada por Victor Flores, diretor de projetos da Agência Municipal de Meio Ambiente (ANMA) / Petrolina
Já o Centro Xingó de Convivência com o Semiárido, gerido pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), tem feito um trabalho exemplar para a Caatinga preservada na região
O objetivo é contribuir para a geração de renda e qualidade de vida das famílias em situação de vulnerabilidade social em Alagoas e em todo o Semiárido brasileiro
Para Thiago Vieira, coordenador do Centro Xingó, a Educação Ambiental é uma excelente aliada neste processo
“Desenvolvemos capacitações para produção sustentável na Caatinga e há várias tecnologias sociais, unidades demonstrativas e ações de recuperação de áreas degradadas que envolvem o projeto”,
finaliza