FOTOS: ALICE SALES
É impossível percorrer o Baixo e Submédio Rio São Francisco e não se deparar com histórias relacionadas à construção das usinas hidrelétricas
Atualmente, no Rio São Francisco, estão instaladas oito usinas hidrelétricas pertencentes a Chesf: Paulo Afonso I, II, III, IV e Sobradinho (BA); Xingó (SE) Itaparica (PE) e Apolônio Sales (AL)
A Bacia do Rio São Francisco é dotada de um potencial hidrelétrico estimado em cerca de 26,3 GW, dos quais 10,3 GW estão sendo operados nas usinas hidrelétricas da Chesf
De acordo com Heitor Scalambrini, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dificilmente outras usinas deverão, ou poderão ser construídas em sua bacia
Isso porque um dos maiores problemas decorrentes das mudanças climáticas na região é a redução da precipitação, e consequentemente a vazão do Rio São Francisco que compromete a geração de energia
“na área que recebe o grande lago que serve de reservatório, a natureza se transforma”
Scalambrini ressalta que, desde as primeiras grandes hidrelétricas instaladas, houve grandes danos:
“O clima muda, espécies de peixes desaparecem, animais fogem para locais secos ou morrem por não conseguirem fugir, muitas espécies vegetais ficam submersas”
E completa:
Desde o início dos anos 2000, outra fonte de energia tem se destacado no panorama energético nordestino, a eólica, que provém da energia cinética dos ventos
Contudo, a fonte eólica necessita de grandes superfícies para a instalação das estruturas, além da construção de vias de acesso, o que torna necessário o desmatamento da Caatinga
Além disso, atingem as populações que cedem suas terras e que acabam recebendo impacto direto devido à proximidade de suas casas aos aerogeradores
O professor Scalambrini sugere algumas medidas que ajudariam a minimizar ou mesmo evitariam alguns dos danos socioambientais:
A priorização da produção descentralizada de energia, a obrigatoriedade de estudos e relatórios de impactos e a fiscalização pelos órgãos ambientais,
“o que não acontece hoje”,
finaliza