A desertificação e degradação da terra, potencializada pelos efeitos da seca, é um dos mais graves problemas ambientais do Brasil. No Semiárido, provoca prejuízos ambientais, econômicos e sociais. FOTO: Maristela Crispim

 

As Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas e Redução da Vulnerabilidade Climática (Urad) foram destaque durante Conferência Nacional de Neutralidade da Degradação da Terra: Estratégias, Resultados e Perspectivas

 

Brasília. O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, defendeu a importância de um esforço político permanente no combate à Desertificação no Semiárido brasileiro. “Mobilizar as comunidades e os governos locais em projetos que recuperem o solo e a capacidade produtiva é estratégico do ponto de vista econômico, social e ambiental”, disse durante a Conferência Nacional de Neutralidade da Degradação da Terra: Estratégias, Resultados e Perspectivas, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizada segunda e terça-feira, em Brasília (DF).

O objetivo da conferência foi promover o Desenvolvimento Rural Sustentável e a adaptação de atividades agrícolas à Mudança do Clima no Semiárido do Brasil, por meio da estratégia de Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas e Redução da Vulnerabilidade Climática (Urad). “A Urad trabalha para resgatar a capacidade produtiva em regiões atingidas pela seca”, enfatizou o ministro. Ele também assinou um Acordo de Cooperação Técnica entre o MMA e o município de Santo Antonio de Lisboa (SE) para a elaboração do Plano Municipal de Combate à Desertificação.

“Estamos recuperando áreas degradadas para que se tornem produtivas, deixando na comunidade uma ação produtiva sustentável. Entre elas, a integração lavoura-pecuária-floresta, que permite a recuperação do solo e incrementa a capacidade de produção; e o sistema agroflorestal, que explora a cobertura vegetal nativa sem fazer corte raso”, explicou o diretor de Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Valdemar Rodrigues.

O evento foi realizado ema parceria do MMA com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).

Ações locais

O técnico em agropecuária Egídio dos Santos Neto, que participou da implantação da Urad no município de Canindé de São Francisco, no Alto Sertão de Sergipe, pela ONG Centro Dom José Brandão de Castro, conta como foram desenvolvidos os três eixos da estratégia: ambiental, social e produtivo.

“Fizemos 35 barragens de base zero, ou seja, barragens de pedra para conter a erosão (voçorocas), e 21 cordões de pedra. Assim recuperamos nascentes e enchemos reservatórios. No eixo produtivo, usamos a integração lavoura-pecuária-floresta, plantando gliricídia, palma, milho e feijão. Também instalamos fogões ecológicos, que economizam lenha e não emitem fuligem. Construímos cisternas e reformamos banheiros, melhorando o saneamento básico das comunidades”, explicou.

A representante da ONG Sociedade de Apoio Socioambientalista e Cultural de Sergipe, Daniela Bento Alexandre, coordenou a Urad no Assentamento Florestan Fernandes e no Quilombo Serra da Guia, em Sergipe. “Associar o social e o produtivo ao ambiental tem sido muito importante para que as comunidades se mobilizem e apostem nessa estratégia. Além disso, a Urad provocou os municípios a elaborem seus planos de combate à desertificação. Já temos dois, de Poço Redondo e Canindé”, contou.

Desertificação

A desertificação e degradação da terra, potencializada pelos efeitos da seca, é um dos mais graves problemas ambientais do Brasil. No Semiárido, o fenômeno provoca prejuízos ambientais, econômicos e sociais. Para enfrentar a questão, o governo instituiu a Política Nacional de Combate à Desertificação, Lei nº 13.153, em 2015.

No Brasil, a área suscetível aos processos de desertificação encontra-se no Semiárido e representa 18% do território nacional. Abriga 29% da população do País, o que significa 34,5 milhões de habitantes, sendo 8,6 milhões moradores da zona rural.

A estratégia Urad associa ações ambientais, sociais e produtivas, envolvendo a participação das comunidades na recuperação de nascentes, na contenção de processos erosivos, construção de fogões ecológicos, unidades sanitárias, cisternas e uso da integração lavoura-pecuária-floresta, entre outras ações.

Fonte: MMA

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